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Porque a inflação e a subida do custo de vida vão interferir com a aquisição de habitação

É verdade.

Num tempo em que as situações são complexas e as perspectivas de futuro difíceis de descortinar, as notícias que recebemos diariamente, semanalmente ou mensalmente, deixam antever uma complexa miríade de incógnitas.


Para além da dificuldade de desenvolver projecções em cenários em mutação permanente, a situação aparenta ter uma tendência crescente para a deterioração.

Pandemia, guerra na europa, inflação, perspectivas de recessão; são tudo tópicos em consideração, mesmo quando se desejava uma entrada num crescimento e recuperação económica.



Alguns factores a considerar quando contemplamos o desenvolvimento de cenários:

  • Subida das taxas de juro (em Julho e, perspectiva-se, em Setembro);

  • Custo das matérias primas;

  • Outros cenários de investimento;

  • Restrições e condicionamentos de acesso ao crédito;

  • Falta de recursos como mão de obra;

  • Inflação e custo de vida em crescimento;

  • Portugal já se encontra em sexto lugar dos países em risco de "bolha imobiliária";

  • Preços de imóveis e de arrendamento continuam a escalada, apesar de todos estes factores;

  • Investimento e aquisição permanece nos segmentos altos e junto de outras nacionalidades.


Tudo parece concorrer para uma tempestade perfeita para o português médio e baixo.

E nada parece andar a acontecer para controlar ou reduzir o impacto destas situações, mesmo com todas as "bazucas" que foram anunciadas.



Os cenários?


O Banco de Portugal e outras instituições, já indicam Portugal como sendo um dos países que se encontram num risco elevado de "bolha imobiliária".


A permanecerem os cenários macro que se projectam, nomeadamente no que se refere a subida da inflação e das taxas de juro, vai condicionar a capacidade das famílias no acesso à habitação.

E aparentemente em todos os formatos: da aquisição ao arrendamento.


Contrariamente ao que ocorre em outros países, principalmente na Europa, o Estado, nas suas mais variadas instituições, não estão a desenvolver esforços que, em tempo útil, possam limitar os efeitos de mais este impacto no mercado imobiliário.


O mercado não é feito unicamente de investidores de segmentos altos, ou de investidores estrangeiros.

Para além de já haver, também, grupos de públicos que se deslocam para o nosso país, que também já sentem e se pronunciam relativamente ao preço elevado do mercado imobiliário.



Cidades que não são o que o turismo procura


Igualmente, com a dinâmica impressa no mercado, continuamos a descaracterizar as cidades e aquilo que as tornou conhecidas junto dos mercados de turismo.


Ou seja, os efeitos das actividades e de licenciamento dos investimentos imobiliários, deveriam ser considerados nos impactos nas cidades. À semelhança do que se desenvolve nos impactos ambientais, também as características dos investimentos a serem realizados, e os seus alvos ou tipo de utilização, deveria ser considerado, proporcionando um estímulo a outras formas de habitar e viver a cidade.


As circunstâncias que se estão a desenvolver vão continuar a "empurrar" os habitantes para as periferias, situação que se complica com as dificuldades e limitações existentes, em muitas das nossas cidades (mesmo nas maiores) de transportes públicos.

Claro está este cenário vai incrementar a utilização de viaturas particulares, criando problemas adicionais de poluição e estacionamento nas cidades (outra questão que não é acautelada no desenvolvimento de soluções de mobilidade).



Mas os preços continuam a subir...


Mas todos estes resultados colaterais acrescem à crescente subida dos preços por metro quadrado. Crescimentos de 20% nos preços, diminuição do poder de compra, e uma eventualidade de uma correcção dos valores com a existência de uma bolha, está a colocar o mercado numa situação em que os diferentes actores começam a projectar cenários antagónicos.


Mas a realidade de curto prazo é a de um crescimento nos custos de desenvolvimento dos projectos imobiliários, com um preço final a reflectir esta realidade e que acaba por ser reflectido no consumidor/cliente final.


Com todos os intervenientes a procurarem taxas de rentabilidade elevadas, e a reduzida aposta em modelos de habitação ("build to rent", Co-living, etc.) vai gerar uma crise que outros países já estão a combater à bastante tempo.


A redução e limitação nomeadamente no alojamento local poderá dar uma pequena ajuda, mas será este o futuro do mercado imobiliário e será que vamos ter soluções para minorar e dinamizar um mercado interno, e que seja favorável para todos os intervenientes?


Qual a sua opinião?

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